Uruguai e Brasil: a importância das relações bilaterais
por Alessandra Nascimento*
Uruguai
é o segundo menor país da América do Sul em território, porém possui uma
estrutura econômica, social, educacional que o deixa entre muitos gigantes. A
expectativa de vida média das mulheres é de 78 anos e para os homens 74; baixo
índice de corrupção em comparação com os demais países da região segundo
levantamento da ONG Transparência Internacional, e também alta alfabetização e
menor taxa de violência dentre os latino-americanos. Ele ainda é referência na
região por proporcionar mais qualidade de vida à população, além de se
encontrar entre os 40 melhores países para se aposentar. O sistema de saúde
pública é considerado excelente (aparece junto com França e Malásia segundo relatório
anual Global Retirement Index 2014).
Acrescente-se
ainda a terceira colocação no ranking de competitividade entre os países da
América do Sul criado pelo Fórum Econômico Mundial, sem esquecer que 60% da
população uruguaia é classe media conforme estudo do PNUD, “Perfil de estratos
sociales en América Latina: pobres, vulnerables y clases medias”. O número
supera Argentina (54,4%) e Brasil (34,8%). Em relação ao Índice de Desenvolvimento
Humano, ocupa a posição numero 50 de um total de 187 países e a renda per capta
do uruguaio é de US$ 18.108, em 2014.
Mas
muito dos êxitos do vizinho são reflexos de sua assertiva politica econômica e ações
de promoção industrial, visando ampliação da presença do país no exterior.
Nesse contexto, destaque para as relações com o Brasil, que hoje o coloca como
o segundo maior parceiro do país. Nesse contexto, o mercado brasileiro é visto
como grande prioritário e a Coluna Logística Portuária, dessa semana,
decide comentar sobre a dinâmica econômica entre os dois países. Dentre os
produtos que o Uruguai exporta ao mercado brasileiro aparecem malte, plásticos,
trigo, autopeças, lácteos, borracha sintética. E importa combustível, erva mate
e veículos. Os dados foram fornecidos pela Unión
de Exportadores del Uruguay – entidade criada em 1947 e que congrega 250
exportadores que representam 80% do total exportado pelo país vizinho.
As
exportações uruguaias para nossas fronteiras representaram em 2013 US$ 1.7 bilhões
e as importações US$ 1.9 bilhões. Os números reposicionam o Brasil como destino
de 15% das exportações e 17% das importações, impactando diretamente na
economia de ambos.
Atualmente
o Uruguai, a partir de sua política de inteligência comercial, está presente
como exportador para mais de 140 países. Para a economista Maria Laura
Rodriguez, membro da Union de Exportadores, a presença brasileira está
impactando fortemente na economia daquele país através do setor de serviços. “A
indústria do turismo contabiliza que, dos três milhões de visitantes que chegam
anualmente ao país, pelo menos 15% deles vêm do Brasil”. Essa presença física
no exterior acaba por repercutir na cadeia de entretenimento, gerando emprego e
renda e maior responsabilidade com o receptivo.
(*)
O texto acima foi publicado originalmente no site Gente & Mercado.
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