Os desafios crescentes de um país chamado Brasil
Um
dos grandes erros do Brasil foi ter centrado o desenvolvimento no seu modal
rodoviário. São dois milhões de quilômetros de estradas, dos quais apenas 100
mil pavimentados e em péssimas condições de uso; onerando, assim,
substancialmente os custos de manutenção. E isso num país cuja diversidade
poderia ser melhor aproveitada.
Possuímos a maior bacia hidrografia do
mundo e sequer trabalhamos a cabotagem de modo a obter desse modal um grande
aliado na diminuição dos custos de frete, o que impactaria imensamente na
melhora da competitividade. Um agravante: em se tratando dos estados do
Nordeste - todos banhados pelo mar -, esta modalidade seria de extrema
vantagem. Outra grande iniciativa seria a aposta em ferrovias. É preciso, acima
de tudo, entender a complexidade desses dois modelos não apenas no aspecto
econômico, mas de segurança, além das questões ambientais (em caso de
transporte de cargas perigosas, os riscos de acidentes são menores quando
comparados ao uso das rodovias).
Dispomos apenas de 29 mil quilômetro de
malha ferroviária, sendo a maior parte no centro sul do país e 23 mil
quilômetro de rios navegáveis. Enquanto não olharmos com maior propriedade e
atenção para essas alternativas estaremos seguindo na contramão de um mundo
globalizado onde a ordem é a economi. Investir na infraestrutura brasileira é
garantir aos nossos filhos um futuro seguro. O Brasil é o país que vem batendo
recordes com a produção agrícola, mas que infelizmente encontra dificuldades no
escoamento.
Recentemente o Fórum Econômico Mundial
apresentou o “Relatório Global de Competitividade 2012-2013”. Foram analisadas
144 economias e o Brasil está na 48ª posição no ranking de competitividade. A
Suíça lidera esta lista, seguida de Cingapura, Finlândia e Suécia. A pesquisa
faz menção a pontos decisivos da economia brasileira, tais como a
infraestrutura de transporte e a qualidade da educação que “não parece
corresponder à necessidade crescente de uma força de trabalho qualificada”.
Seguindo a mesma linha de discussão, estudos do Banco Mundial apontam que os
produtos do país são 30 por cento mais caros quando comparados com outros
mercados internacionais por conta da ineficiência da logística.
Apostar no Brasil através de
investimentos regulares na infraestrutura é um dever do Estado e se faz
urgente. É preciso encarar os desafios com segurança e apresentar capacidade
para promover as mudanças necessárias visando assegurar à economia brasileira
garantias ao seu crescimento.
É hora de se acreditar no país
dotando-o de todo vigor necessário em busca do seu desenvolvimento,
garantindo-se canais eficientes para distribuição racional e dinâmica no
escoamento de sua produção.
(*) O texto acima foi publicado originalmente no site Noticia Capital em 03 de agosto de 2013.
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