Empreender, buscar uma solução criativa: a sorte está em nossas mãos

Um  estudo do Instituto Data Popular detectou que pelo menos 28% dos brasileiros com mais de 18 anos querem abrir seu próprio negócio (cerca de 38,5 milhões de pessoas) e, segundo o instituto, a pesquisa incluiu dois mil pessoas, de 140 municípios brasileiros. Mas abrir um negócio não é fácil: tem que estar sempre atento, avaliar bem o mercado e, principalmente, ter uma estratégia envolvendo as metas que se pretende alcançar. Muitos países adotam políticas no sentido de apoiar os jovens empreendedores, e as áreas de tecnologia e serviços são as grandes beneficiárias dessas ações. Na edição da coluna Logística Portuária dessa semana vamos abordar as soluções criativas adotadas por países desenvolvidos.
Na Holanda, por exemplo, a Stichting Jong Ondernemen é uma entidade que há mais de 23 anos presta assistência aos jovens empreendedores. Dentre outras ações, realiza cursos em instituições de ensino e orienta na abertura de pequenas empresas através de consultorias. Áreas de serviços e tecnologia são as mais beneficiadas. De projetos como esses surgem aplicativos para celulares, produtos biológicos, dentre outros. O instituto promove ações para estudantes desde a escola primária até o ensino superior.
Andres Oppenheimer, em seu livro “Criar ou Morrer”, fala do sucesso de jovens empreendedores no Vale do Silício, nos EUA, e cita em especial a importância de se criar uma cultura de inovação nos países latino-americanos. Segundo ele, a maioria das grandes inovações surgem de baixo para cima, graças a uma cultura de empreendedorismo e de admiração coletiva daqueles que assumem riscos.
Oppenheimer também analisa que se faz necessário um clima que produza “entusiasmo coletivo” pela criatividade de modo a  impactar nos inovadores e que se crie desafios para que se possa assumir riscos sem temer o estigma do fracasso. Em seu livro, ele relata com entusiasmo os depoimentos que ouviu de empreendedores que ressaltavam os fracassos como forma de experiência para conquistar o êxito em seus projetos.
O autor de “Criar ou Morrer” ressalta que a inovação tecnológica deve ser encarada como um motor para redução da pobreza e para a melhora da qualidade de vida. “A pobreza nos países em desenvolvimento caiu mais da metade: de 52% da população em 1980 para 20% da população em 2010 segundo dados do Banco Mundial”, apresenta o escritor no livro.
Ele ressalta a participação da chamada revolução verde – as tecnologias empreendidas no campo para melhorar a produção agrícola – como importante ferramenta nesse processo. Proporcionar um ambiente harmônico para o empreendedorismo, independente da idade daquele que opta por dirigir seu próprio negócio, deve ser uma preocupação constante do governo e dotar politicas públicas que os auxiliem nessa jornada um dever do Estado.

Texto originalmente publicado no site Gente & Mercado

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